quinta-feira, 24 de julho de 2014

O abandono que não se esquece

Quantas vezes, ainda que na presença de alguém, sentimo-nos sozinhos e abandonados? Quantas vezes, diante de um atraso, sentimos verdadeiro pânico? Quantas vezes nos desesperamos diante da possibilidade da pessoa amada nos deixar? Quantas vezes buscamos motivos, sem perceber, para terminar um relacionamento, por puro pavor de ser abandonado? Por que será que algumas pessoas só atraem relacionamentos em que são abandonadas? E você, em algum momento sofreu algum abandono? Vamos refletir um pouco sobre isso. 
O que é abandono? É o sentimento de desamparo, falta de cuidado, sentir-se sem proteção, sentir-se sozinho, não querido, não amado, não aceito, preterido, desprezado discriminado, humilhado. Como não sentir dor? Quem já passou, sabe o sofrimento que provoca. Mas depende principalmente da história de vida de cada um. Quem vivenciou um ou mais abandonos durante os primeiros anos de vida, irá lidar de maneira muito diferente de quem nunca passou. 

O sentimento de abandono pode ser gerado pela perda causada pela morte ou separação, principalmente, se havia dependência por aquele que se foi. Também pode ser gerado pela rejeição. 

Quando falo de abandono, não me refiro aos casos em que uma criança é literalmente abandonada por seus pais, a quem se espera ser amada e cuidada, mas aquelas que são abandonadas através da negligência de suas necessidades básicas, da negligência afetiva, da falta de respeito por seus reais sentimentos, do controle excessivo, da manipulação pela culpa, ainda que ocultos, durante a infância. Crianças abandonadas, psicológica ou realmente, entram na vida adulta com uma noção profunda de que o mundo é um lugar perigoso e ameaçador, não confiando em ninguém, porque na verdade não desenvolveu mecanismos para confiar em si mesma.

Sente-se abandonado quem não se sentiu amado e isso pode ser sentido antes mesmo de nascer, ainda no útero materno. Pais que rejeitam seu filho durante a gestação podem deixar muitas sequelas, em nós, adultos. Toda criança fica aterrorizada diante da perspectiva do abandono. Para a criança, o abandono por parte dos pais é equivalente à morte, pois além de se sentir abandonada, ela mesma aprende a se abandonar. E sabemos que nem todos os pais estão preparados para ter um filho, isso acontece nos dias de hoje, imagine muitos anos atrás. 

O abandono está diretamente relacionado com situações de rejeições registradas na infância e que podem se potencializar quando se vivencia outras situações de rejeição, perda e/ou abandono. Podemos sim, reprimir, fugir desses sentimentos, mas raramente conseguimos lidar sem sofrimento diante de qualquer possibilidade de abandono.

O medo da rejeição leva à necessidade insaciável de segurança, aquela que não recebeu dos pais e, como consequência, irá buscar insistentemente o afeto no outro, até que a relação se torna insuportável e termina. A obsessiva solicitação, a desconfiança, o ciúme, acabam sufocando o parceiro que põe fim à situação.

Cada vez que vivencia uma situação de perda e/ou rejeição irá reviver toda a emoção da dor original do abandono. Isso nos explica porque é preciso buscar as causas da dor causada pelo abandono, que em geral foi registrada nos primeiros anos de vida, e ao longo do tempo, vão se somando.

Quem viveu o abandono durante a infância, pode sentir um medo incontrolável de ser deixado, procurando evitar a todo custo ser abandonado novamente. Ou ainda, poderá buscar inconscientemente, ou seja, sem a percepção da causa, parceiros que a abandonam, recriando assim a mesma situação que viveu em sua infância. É o que chamamos de repetição de padrão. 

Muitas vezes ficar só, para quem sofreu abandono em sua história de vida, pode ser uma defesa para evitar o abandono, gerando um conflito constante entre a necessidade de ser cuidado e o medo de ser abandonado, de novo e de novo. Pode ser considerada também uma autopunição, por não se sentir merecedor de ser amado. Afinal, se fosse merecedor de amor não teria sido abandonado. 


Rosemeire Zago -Psicóloga Clínica

terça-feira, 22 de julho de 2014

Codependência e Sintomas

Codependência é uma condição específica que se caracteriza por uma preocupação e uma dependência excessivas (emocional, social e a vezes física), de uma pessoa em relação à outra, reconhecidamente problemática. Depender tanto assim de outra pessoa se converte em uma condição patológica que caracteriza o codependente, comprometendo suas relações com as demais pessoas. Em pouco tempo o codependente começa a achar que ninguém apóia a pessoa problema (como ele), que ambos são incompreendidos, ele e a pessoa problemática, ambos não recebem o apoio merecido, etc.
Codependente tem seu próprio estilo de vida e seu modo de se relacionar consigo próprio, com os demais e com a pessoa problemática. Devido sua baixa auto-estima, ele sempre se preocupa mais com os outros do que consigo mesmo (pelo menos aparentemente).
A pessoa codependente não sabe se divertir normalmente porque leva a vida demasiadamente a sério, parecendo haver um certo orgulho em carregar tamanha cruz, em suportar as ofensas, humilhações e frustrações. Como ele precisa desesperadamente da aprovação dos demais, porque no fundo ele mesmo sabe que está exagerando em seus cuidados com a pessoa problemática, procura ter complacência e compreensão com todos por uma simples questão de reciprocidade (quer que os outros também entendam o que está fazendo).
Codependência se caracteriza por uma série de sintomas e atitudes mais ou menos teatrais, e cheias de Mecanismos de Defesa, tais como:
1. - Dificuldade para estabelecer e manter relações íntimas sadias e normais, sem que grude muito ou dependa muito do outro
2. - Congelamento emocional. Mesmo diante dos absurdos cometidos pela pessoa problemática o codependente mantém-se com a serenidade própria dos mártires.
3. - Perfeccionismo. Da boca para fora, ou seja, ele professa um perfeccionismo que, na realidade ele queria que a pessoa problemática tivesse.
4. - Necessidade obsessiva de controlar a conduta de outros. Palpites, recomendações, preocupações, gentilezas quase exageradas fazem com que o codependente esteja sempre super solícito com quase todos (assim ele justificaria que sua solicitude não é apenas com a pessoa problemática).
5. - Condutas pseudo-compulsivas. Se o codependente paga as dívidas da pessoa problemática ele “nunca sabe bem porque fez isso”, diz que não consegue se controlar.
6. – Sentir-se responsável pelas condutas de outros. Na realidade ele se sente mesmo responsável pela conduta da pessoa problemática, mas para que isso não motive críticas, ele aparenta ser responsável também pela conduta dos outros.
7. - Profundos sentimentos de incapacidade. Nunca tudo aquilo que fez ou está fazendo pela pessoa problemática parece ser satisfatório.
8. – Constante sentimento de vergonha, como se a conduta extremamente inadequada da pessoa problemática fosse, de fato, sua.
9. – Baixa autoestima.
10. - Dependência da aprovação externa, até por uma questão da própria auto-estima.
11. - Dores de cabeça e das costas crônicas que aparecem como somatização da ansiedade.
12. - Gastrite e diarréia crônicas, como envolvimento psicossomático da angústia e conflito.
13. - Depressão. Resultado final
Parece um nobre empenho ajudar a outras pessoas que se estão se autodestruindo, como no caso dos alcoolistas ou dependentes químicos, do jogo ou do sexo compulsivos. Entretanto, se quem ajuda se esquece de si mesmo, se entrega à vida da outra pessoa problemática, então estamos diante da Codependência. A dor naCodependência é maior que o amor que se recebe e se uma relação humana resulta prejudicial para a saúde física, moral ou espiritual, ela deve ser desencorajada.
Na realidade a codependência é uma espécie de falso-amor, uma vez que parece ser destrutivo, tendo em vista que pode agravar o problema em questão, seja a dependência química, alcoolismo, transtornos de personalidade, etc. Todo amor que não produz paz, mas sim angústia ou culpa, está contaminado de codependência, é um amor patológico, obsessivo é bastante destrutivo. Ao não produzir paz interior nem crescimento espiritual, a codependência cria amargura, angustia e culpa, obviamente, ela não leva à felicidade. Então, vendo desse jeito, a codependência aparenta ser amor, mas é egoísmo, medo da perda de controle, da perda da relação em si.

Fonte: Psiqweb

A Dependência dos Jovens face ao Telemóvel - efeitos psicossociais

TECNOLOGIA: AJUDA OU ATRAPALHA NA FORMAÇÃO DE CRIANÇAS E JOVENS

II Seminário Nacional de Psicologia em Emergências e Desastres - Abertura

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG)

TAG (Transtorno de Ansiedade Generalizada) significa uma preocupação ou ansiedade excessiva com motivos injustificáveis ou desproporcionais ao nível de ansiedade observada. Pessoas que sofrem dessa ansiedade estão freqüentemente temerosas do futuro, aguardam pelo pior a todo o momento,por exemplo, qualquer pequeno atraso, um telefonema fora de hora, um telegrama são vistos como a notícia de uma tragédia ocorrida com uma pessoa querida. Este estado de ansiedade perturba a visão que a pessoa tem a respeito de si mesma e a respeito do que acontece no ambiente. 
Essa preocupação excessiva e incontrolável deve ocorrer durante pelo menos seis meses para que se possa diagnosticar o transtorno de ansiedade generalizada. Esse transtorno costuma ser crônico, duradouro com pequenos períodos de remissão dos sintomas e geralmente leva o paciente a sofrer com o estado de ansiedade elevado durante anos. Pode vir a ceder 
espontaneamente em alguns casos e não há meios de se prever quando isso acontecerá. 
Os sintomas podem variar e mudar ao longo do tempo, o que faz com que a pessoa se sinta bem em algumas ocasiões e mal noutras. A preocupação com a possibilidade de vir a adoecer com algo grave ou sofrer um acidente, embora não existam indicativos de que essas coisas possam vir a acontecer, é o foco mais comum das preocupações das pessoas com ansiedade generalizada. Algumas pessoas temem mais que os entes queridos sofram algum desses males,como os pais, ou filhos. Estes indivíduos estão sempre imaginando situações como essas e freqüentemente se consideram incapazes de lidar com elas caso realmente venham a acontecer. 
Respeitadas essas condições alguns dos sintomas de ansiedade generalizada podem ser 
emocionais, mentais e físicos. Os sintomas emocionais e mentais se resumem em dificuldade 
para relaxar ou a sensação de que está a ponto de estourar, está no limite do nervosismo, 
preocupação e tensão crônicas e exageradas,irritabilidade, dificuldade de concentração e 
freqüentes esquecimentos, dificuldade de engolir ou sensação de um bolo na garganta, assustar-se com facilidade e de forma mais intensa e sensação de "cabeça leve". 
E os sintomas físicos se resumem em se cansar com facilidade, fadiga, tensão muscular, 
cefaléias, dificuldade para adormecer ou sono insatisfatório, boca seca, mãos ou pés úmidos, 
enjôos ou diarréia, aumento da freqüência urinária,sudorese excessiva, tremores, coração acelerado,tonturas, desconforto abdominal, respiração acelerada, palpitações (sensação de que o coração falhou uma batida) e micção freqüente. 
Percebeu-se que este transtorno pode surgir em qualquer fase da vida, durante a infância, 
durante a fase adulta ou ainda durante a terceira idade. Em cada fase o transtorno aparece de 
maneira característica e geralmente está presente no indivíduo junto a outros transtornos mais graves. 
Nas crianças as características e os sintomas são semelhantes ao adulto com esse transtorno. Estão constantemente tensas e dão a impressão de que qualquer coisa pode deixa-las 
apreensiva. Estão sempre preocupadas com o julgamento dos outros em relação ao seu próprio 
desempenho e precisam que estejam constantemente reforçando a confiança nelas. 
Em relação aos adultos foi realizada uma associação do transtorno de pânico em adulto com 
transtorno de ansiedade na infância, onde observou-se que indivíduos com ansiedade de 
separação na infância podem desenvolver ataques de pânico na vida adulta quando confrontados com situações de perdas ou separações. 
Nos idosos o transtorno de ansiedade generalizada está associado a uma maior freqüência de diagnóstico de episódio depressivo. 
Associa-se, também, à menor satisfação com a vida e aos piores padrões de qualidade de vida. 
Além da saúde geral, mental e dos aspectos físicos,percebe-se também um pior escore no campo da vitalidade e dos aspectos sociais. 
 O tratamento do transtorno de ansiedade generalizada deve ser feito com psicoterapia e se 
necessário farmacoterapia, possibilitando manter o individuo em um estado equilibrado de ansiedade. 

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Tratamento da insonia

O tratamento da insonia baseia-se na sua causa e no grau de gravidade. As pessoas de idade sofrem mudanças associadas com o sono que habitualmente não requerem tratamento porque se trata de alterações normais. Dado que provavelmente o número total de horas de sono diminui com a idade, pode ser útil para as pessoas mais velhas irem dormir mais tarde ou levantarem-se mais cedo. As pessoas com insonia podem melhorar o seu estado se permanecerem tranquilas e relaxadas antes de se deitarem, procurando criar nos seus quartos uma atmosfera que convide ao sono. Para isso, é necessária uma luz ténue, o mínimo de ruído possível e uma temperatura agradável no quarto.

Se a causa da insonia se dever ao stress emocional, será mais útil um tratamento para aliviar o stress em vez de tomar medicamentos para dormir. Quando a insonia se manifesta com depressão, deve dirigir-se ao médico, que fará uma avaliação global e prescreverá um tratamento. Certos antidepressivos costumam induzir o sono devido às suas propriedades sedantes.

O uso intermitente de medicamentos para dormir pode ser útil no caso das perturbações do sono interferirem com as atividades pessoais e com a sensação de bem-estar.

Insônia

A insônia, ou incapacidade de adormecer, pode causar irritabilidade e falta de concentração durante o dia. A privação do sono a longo prazo pode ser perigosa. Ela tem sido associada com obesidade, pressão alta e ataques cardíacos, entre outros sintomas desagradáveis. A condução sonolenta causa mais de 100 mil acidentes de carro e 1.550 mortes a cada ano. Se você ficou com medo dos outros 9 itens dessa lista, pense que pelo menos você estava dormindo. A boa notícia é: a maioria dos transtornos responde a tratamentos, e ter um não significa que você está louco. Não há uma resposta freudiana para a resolução destes problemas; existe uma razão fisiológica para os distúrbios, e procurar um médico é uma maneira simples de resolver seu incômodo.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Qual é a melhor combinação de florais para tratar estados de medo e ansiedade específicos ?

Não existe uma fórmula única para todos os indivíduos, uma vez que parte-se do princípio de que cada um percebe e reage ao mundo e às experiências de maneira única. Entretanto, pode-se inferir que o medo, a ansiedade e a preocupação excessiva, entre outras emoções, afloram com maior freqüência nos momentos em que o indivíduo enfrenta dificuldades, e que o uso dos florais auxilia no seu re-equilíbrio emocional e mental.
É um dos sistemas terapêuticos alternativos recomendados pela Organização Mundial da Saúde desde a década de 50 do século passado, e apresenta as seguintes regras básicas para a sua prescrição:
1) verificar as causas dos sintomas relatados, pois os remédios florais removem os bloqueios emocionais e mentais em sua raiz;
2) limitar o número das essências numa mesma composição ao mínimo possível (de preferência não ultrapassar de seis no mesmo frasco);
3) deve-se hierarquizar as emoções em desequilíbrio, ou seja, selecionar as principais desarmonias em evidência para se indicar o remédio adequado;
4) os estados emocionais e mentais em desequilíbrio devem ser conscientes ou perceptíveis à observação do terapeuta;
5) eles atuam da superfície para a profundidade de modo que, equilibrada uma situação, poderá surgir um novo aspecto desarmonioso que requererá outro remédio.

Cada tipo de indivíduo com suas características pessoais e sua tipologia psíquica e mental, necessita de um ou mais remédios que se identifiquem com ele.

A Música e a melhora do humor

O que é hobbie para muita gente, na verdade pode servir como tratamento para vários problemas psicológicos que podem surgir em uma rotina tã...