sexta-feira, 24 de abril de 2015

A teoria do bem-estar

A teoria do bem-estar Bem-estar é um construto, e felicidade é uma coisa. Uma “coisa real” é uma entidade diretamente mensurável. Uma tal entidade pode ser “operacionalizada” — o que significa que é definida por um conjunto muito específico de medidas. Por exemplo, na meteorologia, a sensação térmica negativa é definida pela combinação de temperatura e vento diante da qual a água congela (e ocorre a geladura). A teoria da felicidade autêntica é uma tentativa de explicar uma coisa real — a felicidade —, definida pela satisfa- ção com a vida, considerando que as pessoas classificam sua satisfação com suas vidas a partir de uma escala de 1 a 10. As pessoas que têm o máximo de emoção positiva, o máximo de engajamento e o máximo de sentido são as mais felizes e têm o máximo de satisfação com a vida. A teoria do bem- -estar nega que o tema da psicologia positiva seja uma coisa real; ele é, antes, um construto — o bem-estar —, que por sua vez tem diversos elementos mensuráveis, cada um deles uma coisa real e cada um deles contribuindo para formar o bem-estar, mas nenhum deles o definindo. Na meteorologia, o “tempo” é um construto. O tempo não é em si mesmo uma coisa real. Vários elementos — cada um deles operacionalizá- vel e, portanto, uma coisa real — contribuem para formar o tempo: temperatura, umidade, velocidade do vento, pressão atmosférica e outros se- O QUE É BEM-ESTAR? – 26 – melhantes. Imagine que nosso tema não fosse o estudo da psicologia positiva, mas o estudo da “liberdade”. Como poderíamos estudar a liberdade cientificamente? Liberdade é um construto, não uma coisa real, e vários elementos diferentes contribuem para formá-la: o quanto os cidadãos se sentem livres, com que frequência a imprensa é alvo de censura, a frequência das eleições, a proporção de representantes em relação à população, quantos funcionários são corruptos, entre outros fatores. Cada um desses elementos é uma coisa mensurável, ao contrário da liberdade em si, mas obtemos uma visão global da quantidade de liberdade existente mensurando esses elementos. Em sua estrutura, o bem-estar é exatamente como o “tempo” e a “liberdade”: nenhuma medida o define exaustivamente (no jargão, “definir exaustivamente” é “operacionalizar”), mas diversas coisas contribuem para formá-lo; são os elementos do bem-esta r, e cada um desses elementos é mensurável. A satisfação com a vida, por sua vez, operacionaliza a felicidade na teoria da felicidade autêntica, assim como a temperatura e a velocidade do vento definem a sensação térmica. Uma coisa importante: os elementos do bem-estar são eles próprios coisas diferentes; não são meras autoavaliações de pensamentos e sentimentos de emoção positiva, do quanto se é engajado e de quanto sentido se tem na vida, como na teoria original da felicidade autêntica. Portanto, o construto do bem-estar, e não a entidade de satisfação com a vida, é o tema focal da psicologia positiva. 
Eis, então, o resumo da teoria do bem-estar: o bem-estar é um construto; e é o bem--estar, não a felicidade, o tema da psicologia positiva. O bem-estar possui cinco elementos mensuráveis (PERMA*), importantes:
• Emoção positiva (felicidade e satisfação com a vida são aspectos dela)
• Engajamento
• Relacionamentos
• Sentido

• Realização

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