sexta-feira, 6 de junho de 2014

Psicoterapia para Somatização

Tratamento Comportamental e Cognitivo para Somatização

Quantas vezes já ouvimos que “Fulano teve um piripaque ” ou que “Ciclano teve uma coisa ”? O que será que informalmente algumas pessoas querem dizer com estas palavras, ao se referirem ao estado emocional de alguém que tem um sofrimento para o qual a explicação não parece evidente?
O que é somatização
Manifestações de angústia e sofrimento psíquicos hoje são designadas pelos manuais de classificação como transtornos somatoformes, conversivos ou dissociativos. Os sintomas antes classificados como “histéricos” passaram a ser entendidos como “somatização” ou simplesmente como “sintomas médicos inexplicáveis”. Somatização pode ser entendida basicamente como a manifestação de conflitos e angústias psicológicos por meio de sintomas corporais ou ainda como a resposta do organismo a um extremo sofrimento psicológico.
Algumas pessoas tendem a vivenciar e comunicar seu sofrimento de forma somática, ou seja: através de sintomas que não possuem uma evidência patológica, provavelmente como forma de resposta aos agentes estressores da vida cotidiana ou de situações conflitivas da própria história de vida. Muitas vezes, tais manifestações são tão angustiantes, que levam à procura por ajuda médica emergencial e dificultam a relação de tal sofrimento com as questões psicossociais de que provém.
Existe uma doença chamada “somatização”?
Muitos estudiosos não utilizam o termo “somatização” para diagnóstico de uma patologia específica, mas como conceito geral para designar manifestações corporais, geralmente associadas a quadros ansiosos ou depressivos, dos quais tais sintomas são também característica. Um levantamento realizado em 2007, identificou em artigos científicos descrições de sintomas somáticos relacionados à diversas patologias em diferentes áreas médicas como a Psiquiatria, Neurologia, Gastroenterologia, Ginecologia, Cardiologia, Reumatologia, Otorrinolaringologia e Dermatologia, além da Psicologia. Muitas citações são relacionadas a transtornos como o dismórfico corporal, depressão, ansiedade ou simplesmente dor.
Tantas referências científicas nos chamam atenção, então, de uma forma diferente para o que informalmente poderia ser considerado como um “peripaque” ou, muitas vezes, tão comumente de forma equivocada, “um ataque histérico”. São manifestações de grande sofrimento psicológico, que causam forte impacto até mesmo pelo envolvimento social que geram, pois impedem que um grande número de pessoas tenha uma vida produtiva e de qualidade.
Historia dos estudos e entendimento sobre somatização
Um dos primeiros casos de sofrimento intenso sem base orgânica encontrado na literatura, diz respeito a uma paciente do Dr. Breuer, com quem o médico austríaco Sigmund Freud trabalhou. A paciente foi atendida no período compreendido entre 1880 a 1882 e tinha o estado fisiológico marcado por sintomas como nervosismo, depressão, tendência ao suicídio, paralisias, perturbações visuais, contraturas musculares e outros que, como se pode imaginar, impediam que mantivesse condições de viver com qualidade. Na época, foram tentados diversos tratamentos médicos, incluindo a hipnose, ainda pouco conhecida, mas sem resultados satisfatórios. Foi observado, então, que quando a paciente conseguia relatar os momentos traumáticos de sua história de vida que pareciam ter ligação com os sintomas, estes começavam a desaparecer. Sendo assim, teve surgimento o primeiro tratamento terapêutico por meio da fala.
A partir de estudos feito desde então, esta forma de tratamento, denominada na época como “a cura pela fala” foi objeto de estudo e intervenção terapêutica, especialmente em Psicologia . Diversas abordagens utilizam o procedimento, no intuíto de trazer a tona as ligações do sofrimento vivenciado pelo paciente no contexto presente com sua história de vida.
Psicoterapia para somatização
Hoje, sabe-se que o comportamento verbal dos indivíduos permite a ocorrência de um processo por meio do qual é possível aproveitar como aprendizagem as experiências já adquiridas pelos outros. Sendo assim, ao manifestar-se verbalmente, na interação com o outro, cada pessoa tem a oportunidade de apresentar novos comportamentos, sem necessariamente ter passado pela situação prática de vivenciá-los. É na interação com o outro que novas formas mais adaptadas de agir se tornam possíveis e, sendo assim, o ambiente terapêutico se torna um campo fértil para a aquisição deste novo repertório.
A partir do entendimento de que o comportamento humano se modifica pela constante interação organismo-meio, se torna possível pensar em promoção de qualidade de vida. No processo psicoterapêutico ocorre a possibilidade de uma relação de ajuda mútua. Para Skinner (1974/2006), referência no estudo do comportamento humano, a terapia do comportamento é exclusivamente uma questão de idear contingências reforçadoras, ou seja: proporcionar ao paciente modificações possíveis no contexto terapêutico, nas quais pode desenvolver, de forma segura, comportamentos mais adaptados no seu cotidiano.
Tratamento Comportamental e Cognitivo para o Transtorno de Somatização
O tratamento Comportamental e Cognitivo para o Transtorno de Somatização, bem como para diversos outros sofrimentos de base psíquica, objetiva a diminuição dos sintomas e a prevenção das crises, promovendo qualidade de vida ao indivíduo, a partir do desenvolvimento de possibilidades de respostas alternativas. A terapia inclui, portanto, a possibilidade de treino e aquisição de um novo repertório comportamental, ou seja: a aquisição de novas formas de lidar com as questões que antes traziam sofrimento. Além disso, permite uma atuação bastante ativa do terapeuta que pode dar avisos aos pacientes, orientações ou instruções a serem seguidas com o objetivo de ser um facilitador do processo.
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*O material deste site é informativo, não substitui a terapia  ou psicoterapia  oferecida por um psicólogo
Psicóloga   Tatiana Berta Otero  CRP 06/93349 - Psicóloga Comportamental Especialista em Terapia Comportamental Cognitiva
Clínica de Psicologia  Rua Bela Cintra, 968 – São Paulo – Av. Paulista / Metrô Consolação
Soma significa físico ou corpo. Dizemos que alguém somatizou quando algo que inicialmente manifestava-se a nível psicológico passa a se manifestar em seu corpo. A somatização é um sintoma,  ou seja, uma forma de seu corpo lhe “comunicar” que algo não está bem.
Os pacientes que somatizam sentem mal estar físicos verdadeiros, o fato de estes sintomas terem uma base emocional não significa que não exista o desconforto, mas normalmente ele é supervalorizado pelo paciente, ou seja, as sensações e dores são muito mais intensas apesar de não haver resultados médicos que indiquem uma doença orgânica – o que propicia uma sensação de grande incompreensão pois não indicam uma doença do corpo mas uma doença emocional.
No Transtorno de Somatização costuma haver um grande numero de dores e desconfortos físicos a ponto de causar prejuízos generalizados na vida desta pessoa, pois limitará sua capacidade de vida pessoal e profissional.
Na Somatização a pessoa costuma procurar em primeiro lugar o médico, mas este não consegue fechar um diagnóstico devido ao tipo de dor apresentada que normalmente não caracteriza uma doença especifica. As dores costumam aparecer na cabeça, articulações, costas, extremidades, tórax, dificuldades na digestão, funções sexuais, queixas cardíacas ou respiratórias.
Ou seja, os exames médicos não confirmam a doença que estas dores sugerem.
Normalmente a pessoa que somatiza tem um longo histórico de exames e consultas médicas que nã identificam seu problema real. Infelizmente os médicos ainda tem dificuldade para identificar as dores emocionais e mantem estes pacientes em rotinas desnecessárias de longos e caros exames físicos quando deveriam ser encaminhados para o psicólogo.
É muito comum que estes sintomas estejam associados a um quadro de depressão ou ansioso como, por exemplo, a síndrome do pânico.
O grande problema aparece quando o próprio paciente não aceita quando, finalmente, seu médico orienta a procura pelo psicólogo. Muitas vezes o próprio paciente junto ao seu médico percebe que as variações dos sintomas acompanham acontecimentos que mobilizam emocionalmente este paciente – e este seria o grande indicador para fecharmos o diagnostico para problemas emocionais.
Para o diagnóstico do Transtorno Somatização é importante que os sintomas causem sofrimento significativo ou prejuízo no funcionamento social ou ocupacional ou em outras áreas importantes. Depois deste procedimento clínico podemos observar uma extensa lista de sintomas possíveis de refletir uma somatização:

SINTOMAS MAIS COMUNS  NA  SOMATIZAÇÃO

1 - vômitos
2 - palpitações
3 - dor abdominal
4 - dor torácica
5 - náuseas
6 - tonturas
7 - flatulência
8 - ardência nos órgãos genitais
9 - diarréia
10 - indiferença sexual
11 - intolerância alimentar
12 - dor durante o ato sexual
13 - dor nas extremidades
14 - impotência
15 - dor lombar
16 - dismenorréia
17 - dor articular
18 - outras queixas menstruais
19 - dor miccional
20 - vômitos durante a gravidez
21 - dor inespecífica
22 - falta de ar
Entre os próprios médicos ainda é muito forte a idéia de que o paciente somatizador tenta enganá-los ou procede de má-fé. Às vezes e intimamente, o médico se aborrece porque as queixas somatiformes não obedecerem o que ele aprendeu nos livros tradicionais de medicina.
A psicoterapia pode demostrar resultados nos primeiros momentos pois capacitará a pessoa a expressar melhor seus sentimentos através da fala, e assim não dependerá mais que seu corpo expresse suas angustias através dos sintomas orgânicos . Quanto maior a capacidade do indivíduo referir seu mal-estar emocional através de discurso sobre o que sente, como por exemplo, relatando sua angústia, sua frustração, depressão, falta de perspectiva, insegurança, negativismo, pessimismo, carência de carinho e coisas assim, menor será a chance de representar tudo isso através de palpitações, pontadas, dores, falta de ar, etc.
Mas este será apenas o primeiro passo da terapia, o nosso objetivo será não só de aprender a expressar os sentimentos como também de reorganizar seus pensamentos, sentimentos e comportamentos de forma a adquirir uma nova atitude diante da vida, e das pessoas  que compõem sua vida.

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